Matéria publicada pelo jornal Ámbito, da Argentina, informa que o fechamento político do acordo entre o Mercosul e a União Europeia poderá ocorrer em novembro deste ano, durante a reunião do G20 em Buenos Aires. Atualmente, os dois blocos estão em processo de negociações em Assunção, no Paraguai, encontro que será encerrado no dia 2 de março.
Há expectativa de um consenso em Assunção em torno das salvaguardas e regras de origem. No caso das salvaguardas, está em discussão a liberdade de os países aplicarem uma suspensão da importação de determinados produtos sempre que houver comprovação que os preços ou valores produzem dano imediato e irreversível aos fabricantes locais. Na questão da origem, o Mercosul pretende que não haja ingresso de produtos chineses ou de outro país oriental mediante pequena modificação ou acréscimo por parte dos europeus.
A negociação da redução das alíquotas, de forma gradual, gira em torno de cinco grupos de produtos, com períodos previstos para zero, quatro, oito, dez e 15 anos. Somente em casos excepcionais haverá uma proteção fora do acordo. A União Europeia promete incluir no primeiro grupo, 80% do universo dos produtos. O Mercosul terá nesta liberação um número muito pequeno de produtos. As negociações para máquinas e aparelhos, artigos de precisão, óticos, químicos, alimentos industrializados, veículos em geral e autopeças estão sendo encerradas. Para esses produtos, a redução se dará de 0 a 5 anos e os impostos baixariam de 35% a 0%, de forma gradual.
As negociações para grãos, frutas, verduras, óleos e azeites continuam. O Mercosul aguarda o oferecimento de cotas maiores pela União Europeia do que as propostas até agora. A cota da carne de gado, elevada de 77 mil para 90 mil toneladass ainda é considerada baixa. França, Polônia e Irlanda estão freando essa negociação por considerarem que o Brasil tem grande capacidade de exportação de alimentos processados. A União Europeia aventa a hipótese de aumentar a cota se o Mercosul aprovar a liberação de importação de lácteos europeus com alíquota zero.