A importância de ser estabelecido um planejamento estratégico para a indústria química instalada no País, trabalho que começa a ser realizado pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), foi o tema central da reunião on-line realizada no dia 1º de setembro pelo Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq). Na visão dos dirigentes sindicais que compõem o Cesiq, um levantamento sobre as estratégias em ESG (meio ambiente, social e governança), energia e outros fatores que estão sendo implementadas pelo setor químico de outros países é fundamental para o desenho do futuro da indústria química brasileira.
Nelson Pereira dos Reis, presidente do Sinproquim, destacou que ter uma visão do setor no mundo é essencial. “A análise das tendências mundiais do setor químico possibilitará identificar quais vantagens competitivas o Brasil dispõe e quais são os gargalos físicos e institucionais que travam ou dificultam o crescimento da indústria química brasileira”. Os dirigentes do Cesiq consideram que, em virtude do momento econômico e político do País, um horizonte de cinco anos, com o eventual acréscimo de uma visão de futuro de dez anos, seria adequado para o planejamento estratégico do setor.
O diretor-executivo do Sinproquim e coordenador do Cesiq, Renato Endres, ressaltou que o planejamento estratégico deve considerar as grandes mudanças tecnológicas em processos e gestão que estão ocorrendo no mundo. Endres, que integra o GT criado pela Abiquim para a realização do planejamento estratégico do setor, defende que essa análise não tenha como base a tecnologia atual, mas procure identificar quais tecnologias estão em desenvolvimento ou que começam a ser utilizadas. Para ele, o Brasil tem uma grande oportunidade com a química de matérias-primas renováveis.
Logística
Os dirigentes do Cesiq observaram que nos próximos meses deverá ocorrer um significativo aumento da chegada de navios com fertilizantes nos portos brasileiros e manifestaram preocupação com as dificuldades logísticas para o escoamento da carga. Comentaram também a necessidade de ser realizado levantamento sobre o impacto na demanda por produtos químicos com o avanço de obras para tratamento de água e esgoto no País, conforme meta estabelecida pelo Marco Legal do Saneamento.
A reunião do Cesiq contou com a participação dos presidentes do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais, Petroquímicas e Resinas Sintéticas de Camaçari, Candeias e Dias D’Ávila (Sinpeq), Roberto Fiamenghi; do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para Fins Industriais do Estado do Rio de Janeiro (Siquirj), Isaac Plachta; do Sindicato das Indústrias Químicas no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiquim), Newton Mário Battastini; e do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulom (Sinproquim), Nelson Pereira dos Reis. A próxima reunião do Cesiq será realizada em 17 de setembro.