Cesiq defende a adoção de uma política industrial para o País e a criação do Ministério da Indústria

O Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq) debateu, em reunião virtual realizada no dia 20 de outubro, a necessidade de o governo federal criar uma estrutura voltada especificamente para setor industrial brasileiro, que vem perdendo dinamismo, e implantar uma política industrial para o País. O crescente sucateamento da indústria introduz, na visão do Cesiq, uma série de fragilidades na economia do País, colocando em risco outros importantes setores, como o agronegócio. Um exemplo são os problemas enfrentados no momento pelo Brasil para garantir os fertilizantes e defensivos agrícolas necessários à atividade, após a China decidir reduzir as exportações desses produtos. Outro exemplo é a falta de ácido sulfúrico, insumo essencial em vários processos industriais, como na produção de sulfato de alumínio, importante insumo para o tratamento de água. “No momento em que o País tem como meta levar água potável para 99% da população e atender 90% com tratamento e coleta de esgoto até 2033, não faz qualquer sentido não levar em conta o grande aumento da demanda para esses produtos”, destacou Renato Endres, diretor-executivo do Sinproquim e coordenador do Cesiq.

Na reunião, também foram apresentados dados referentes à pesquisa realizada por Luciana Oriqui, fundadora do Movimento Menos Resíduo, sobre revalidação e reteste de produtos químicos. Os cálculos indicam que das 1.633 toneladas de volume total de resíduos gerado, 798 toneladas eram de produtos ainda íntegros, que poderiam ser usados após testes, e que 498 toneladas não foram não foram averiguadas, sendo descartadas por vencimento do prazo de validade. O volume de rejeitos chegou a 1.155 toneladas.  

Luciana Oriqui afirma que a revalidação e o reteste de produtos químicos de uso industrial podem gerar, além de redução de custos e economia de energia, um expressivo ganho ambiental ao reduzir potencialmente o volume de descarte. O Cesiq está procurando sensibilizar federações de indústrias e entidades patronais a participarem do trabalho a ser desenvolvido pelo Movimento Menos Resíduo. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) já manifestou apoio institucional à iniciativa. Foi também criado um grupo de trabalho para debater ações que deem mais segurança jurídica às empresas para a revalidação o reteste de produtos químicos para uso industrial.

O diretor jurídico do Sinproquim, Enio Sperling Jaques, apresentou ao Conselho os resultados das negociações realizadas com os 41 sindicatos de empregados na indústria química no Estado de São Paulo para a reposição salarial. A data-base dos químicos em São Paulo ocorre em 1º de novembro. Os salários e as cláusulas econômicas serão reajustados com base na variação total do INPC.