O fraco desempenho da indústria química brasileira, bem como do setor industrial como um todo, não é apenas uma preocupação dos acionistas e executivos das empresas, mas também dos trabalhadores e das entidades que os representam. O receio do recrudescimento do desemprego tem aumentado, pela praticamente inexistência da criação de novos postos de trabalho. Essa foi a tônica da reunião do Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq) realizada, de forma on-line, em 14 de dezembro.
Na avaliação do Cesiq, é importante que as autoridades do Executivo e do Legislativo procurem entender que a indústria deve ser pensada estrategicamente, devido às suas características inerentes, como longa maturação de projetos e altos investimentos, além de sua capacidade de fazer girar a economia e gerar empregos. A recente queda no setor de serviços, que recuou pelo segundo mês consecutivo, reflete em parte a menor demanda da indústria nessa área, principalmente de serviços especializados. A crescente importação de produtos é um fator a mais a minar a atividade da indústria brasileira, inibindo a geração de empregos e, na ponta, o fechamento de postos de trabalho e investimentos em inovação.
O Cesiq estuda levar a governadores dos estados da Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, em conjunto com centrais sindicais e outras entidades, a preocupação com a atual situação do setor industrial. Esses estados concentram grande parte da indústria química brasileira. “Nossa proposta não é pedir subsídios, mas destacar o impacto econômico e os riscos que a baixa atividade industrial gera para o País como um todo. É preciso pensar de forma global e construir soluções. Não basta olhar apenas o saldo da balança comercial e acreditar que a lavoura, como se dizia antigamente, vai salvar a pátria. Um setor depende do outro para sobreviver e crescer”, observou Nelson Pereira dos Reis, presidente do Sinproquim.