Comissão de Compliance do Sinproquim debate a diversidade e a inclusão social

O respeito à diversidade e uma política efetiva de inclusão não é apenas uma questão de responsabilidade social, é também uma estratégia de negócios. Empresas plurais têm maior valor de mercado e crescimento sustentável, com lideranças mais fortes e maior sinergia entre equipes. A constatação é do consultor Rodrigo Credídio, que participou de reunião da Comissão de Compliance do Sinproquim, realizada por videoconferência no dia 2 de março. Credídio é fundador da Goodbros Acessibilidade & Inclusão e cocriador da Oficina de Empatia.

No encontro, acompanhado por vários colaboradores de empresas associadas ao Sinproquim, Credídio ressaltou haver uma conscientização crescente de que há mais coisas que nos unem do que diferenças que nos separam. “A inclusão passa também por confrontar sombras que estão dentro de nós.” Ele observou haver uma diferença entre preconceito e discriminação. “Todos nós temos algum preconceito enraizado, por formação, influência social ou experiências. É importante ter essa consciência para evitar o passo seguinte, que é a discriminação, quando o preconceito vira uma ação de agressão, física ou verbal.”

Há, segundo ele, avanços em políticas de inclusão no meio empresarial. Grandes empresas têm estabelecido metas para compor equipes com maior diversidade de gênero, etnia e idade, como uma corporação da área de informática que utilizou dados do censo demográfico do Brasil para definir qual seria o perfil ideal e proporcionalidade de sua equipe de profissionais. Mas ainda há muito a fazer. Para Credídio, é necessário avançar na equalização de salários, evitar a segregação e, inclusive, eliminar barreiras físicas, como as salas fechadas reservadas para altos executivos. “Essa é uma forma de segregação”, destaca.

O consultor, que considera positivas as ações afirmativas, como o estabelecimento de cotas para portadores de deficiência física e para negros e indígenas em faculdades, por abrirem espaço na sociedade para grupos segregados, recomenda que os gestores busquem mais informações sobre diversidade e busquem dialogar com a equipe sobre o tema. “É necessário respeitar o tempo e o espaço de todos os colaboradores. Demitir uma pessoa que discriminou um colega de trabalho nem sempre é a melhor solução. Uma boa conversa talvez seja o melhor caminho.”

Na reunião, Juan Musso, da consultoria Comp9, citou exemplos que ressaltam a importância do treinamento da equipe e da implantação de um programa de compliance para evitar situações com potencial de gerar processos judiciais, prejuízos financeiros e riscos à reputação das empresas, como a de um candidato recusado em uma entrevista por, na avaliação do recrutador, “não ter uma boa aparência para trabalhar na área de recursos humanos”. Para evitar situações como essa, algumas empresas têm solicitado aos candidatos que não enviem currículos com fotos, dados pessoais e escolaridade, resumindo-se às qualificações e experiência na função. Algo que, observa Juan Musso, é importante por também atender à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Conflito de interesses será o tema da próxima reunião da Comissão de Compliance do Sinproquim, que será realizada no dia 20 de abril, também por videoconferência. O encontro é aberto à participação de todas as empresas associadas à entidade. Para participar, basta enviar e-mail para Roseli@sinproquim.org.br ou para Vitor@sinproquim.org.br.