Comissão de Compliance reúne especialistas para debater o tema no Sinproquim

Evento realizado apresentou cases e fomentou reflexões sobre a importância de programas de compliance

 

Definições, melhores práticas, políticas, cases de sucesso e situações para reflexão envolvendo o tema compliance foram apresentadas em evento realizado no dia 21 de novembro no auditório do Sinproquim.  Promovido pela Comissão de Compliance da entidade, o encontro reuniu cerca de 40 pessoas para assistir as apresentações de especialistas com experiências em diferentes setores e países. “A importância de um evento como esse é disseminar a política de compliance, que está cada vez mais sendo exigida das empresas”, afirmou o diretor-executivo do Sinproquim, Renato Endres, que realizou a abertura e o encerramento da reunião.

De acordo com Endres, o sucesso de participação nas reuniões da comissão acontece principalmente em função das dificuldades que as empresas sentem. “Mas isso é um bom sinal porque elas estão tentando se aparelhar para um futuro em que esse tema vai ser extremamente importante para o comércio das empresas, ou seja, você só vai vender e comprar de empresas que têm compliance. As empresas têm que estar preparadas para isso”, disse ele.

Coordenador da comissão, Guilherme Esselin, conta que o grupo nasceu de maneira espontânea, durante reunião com associados, após a qual o Sinproquim decidiu fazer uma consulta às empresas. “O resultado foi surpreendente, um grande número de empresas demonstrou interesse em participar”, disse ele. Em sua palestra, Esselin abordou definições, história e origem do assunto, citando a relevância da Lei Anticorrupção (12.846/13) para sua consolidação no Brasil. “Mas a ideia é que comissão seja um fórum de discussão de forma clara e objetiva de problemas relacionados ao tema, onde as empresas possam discutir e trocar ideias sobre problemas práticos”, pontuou.

Palestra interativa

Contratada pelo Sinproquim para aprimorar a gestão do tema na entidade e entre suas associadas, a Consultoria Comp9 ajudou a organizar o evento. Em sua palestra interativa, um dos sócios da Comp9, Juan Musso, destacou que não ter um programa de compliance pode sair mais caro para a empresa do que os custos envolvidos na implantação do programa.  Musso estimulou a participação do público por meio de um quiz, no qual apresentava situações cotidianas e corporativas, com diferentes atitudes a serem tomadas entre as opções de respostas.

Venezuelano morando no Brasil há 14 anos, Musso utilizou como exemplo ocorrências reais, de empresas de diferentes países da América Latina. Uma das questões envolvia o caso de uma analista mexicana que teve sua bolsa furtada contendo um pendrive com informações confidenciais de um cliente. O que fazer nessa situação? O público respondia entre as opções e na sequência o consultor explicava a atitude ideal dentro das melhores práticas de compliance, bem como abordava pontos de lições aprendidas caso a caso.

Práticas empresariais

Entre os palestrantes também estavam Alejandro Quintana, Compliance Officer da Unipar; e Márcia Tack, gerente de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Engeform; que abordaram suas experiências na implantação de programas de compliance nas empresas onde atuam.

Recém-chegado à indústria química, Alejandro Quintana foi contratado pela Unipar em junho para criar o programa de compliance da empresa. Argentino há cinco anos no Brasil, tem vasta experiência no tema, porém em outros setores. “Estabeleci quatro passos para poder criar esse programa: 1, conhecer a empresa; 2, estruturar a área; 3, atingir a maturidade do programa e 4, implementar melhorias”, explicou ele, lembrando que essa sequência deverá acontecer de forma cíclica. “Quando eu terminar, deverei conhecer mais ainda a empresa, e assim sucessivamente”, disse ele, que entre os ensinamentos apresentados afirmou que “O código de conduta é carta de apresentação do programa de compliance”.

Com 43 anos de existência, o grupo Engeform nasceu como uma construtora, expandiu para as áreas de desenvolvimento imobiliário e energia, mas segue sendo uma empresa familiar. Investindo em compliance há quatro anos, sua primeira iniciativa foi criar um Código de Conduta. “Fizemos isso em 2014 pensando na lei anticorrupção, depois vieram os treinamentos”, explicou Márcia, que é Engenheira Química de formação.

Segundo ela, uma das facilidades que teve para aplicar o programa na empresa foi o fato de os colaboradores da Engeform terem uma cultura receptivas às mudanças. “A comunicação alinhada também foi muito importante. A liderança e a comunicação têm que vir junto. A gente não quer trazer um compliance punitivo, de polícia, mas ganhar as pessoas para que sejam multiplicadores”, completou.

A Comissão de Compliance do Sinproquim foi criada em abril de 2019 e já realizou quatro reuniões para discussões e análises de temas como implantação e estrutura da área de compliance; práticas e análise de risco na contratação de terceiros e legislações. As empresas associadas do Sinproquim podem participar das reuniões promovidas pela comissão.

Veja as apresentações sobre compliance: