Além do presidente, encontro contou com diversas lideranças políticas e profissionais do setor químico na sexta-feira (8)
O presidente Michel Temer marcou presença no 22º ENAIQ (Encontro Anual da Indústria Química), evento realizado pela Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) na sexta-feira, 8 de dezembro, em São Paulo. Defendendo a reforma da Previdência, que está em votação na Câmara dos Deputados, o presidente enfatizou a importância da indústria química para o desenvolvimento da nação.
“Fico muito satisfeito em estar presente neste encontro de um dos setores que mais produzem pelo País. E digo isso sem medo de errar, pois a indústria química nacional ocupa a oitava posição no ranking mundial”, disse ao destacar que em sua última reunião do BRICS ouviu referências muito elogiosas à indústria brasileira vindas do primeiro ministro da Índia.
João Carlos Meirelles, secretário de Energia do Estado de São Paulo, participou representando o governador Geraldo Alckmin e deu ênfase à necessidade de o País investir em sua rede de gás. “Não desenvolvemos a cultura do gás no País como insumo vital para o desenvolvimento”, declarou, ao destacar que hoje o Estado de São Paulo se posiciona de forma muito mais assertiva sobre este contexto, constando como o segundo maior produtor de petróleo e gás do País, e relembrando os avanços que têm sido obtidos com os planos e construções de gasodutos.
Diversas outras lideranças políticas também participaram do encontro que apresentou o atual panorama e desempenho do setor ao longo de 2017 traçando, também, as perspectivas para o próximo período. “O tempo é curto e os desafios são enormes. É necessário animar, mobilizar e destravar o que precisamos para ver o Brasil voltar a crescer”, declarou Fernando Coelho Filho, ministro de Minas e Energia, que aproveitou a oportunidade para iniciar o debate sobre os desdobramentos da questão do uso do gás como matéria-prima, tema tido como de extrema importância para a economia brasileira. “Vamos trabalhar junto com vocês para que o futuro do óleo e do gás no Brasil seja ainda mais promissor com a qualidade da nossa geologia. Cabe consenso e paciência para dialogarmos ampliando o espírito de avançar rumo a um País melhor”, finalizou.
Os deputados federais Davidson Magalhaes, Milton Monti, Orlando Silva, Eduardo Cury e João Paulo Papa fizeram suas declarações representando a Frente Parlamentar da Química, que atua pela competitividade da cadeia produtiva do setor químico, petroquímico e plástico. Magalhães acredita que o País carece de uma política industrial capaz de alavancar a indústria e produzir vantagens e competitividade. Em um comparativo com países como Alemanha e China, destacou que não podemos permitir um atraso deste porte. “Estamos voltando à década de 40 na participação da indústria no PIB brasileiro por conta dessa politica de desindustrialização que representa grande retrocesso. Nosso País tem uma capacidade enorme, nosso povo é trabalhador e temos jovens talentos. Vamos recuperar nosso posicionamento”, declarou.
Já no debate tributário quem se pronunciou foi o deputado Cury, que lembrou que o setor químico é um setor de alto valor agregado. “Não podemos perder nossa competitividade. Um grande gargalo é o sistema tributário ineficiente e caótico que pune a cadeia produtiva. É um equívoco taxar toda a cadeia. A classe política deve desculpas por tantos entraves ao setor”, declarou. Retomando a pauta do gás natural como matéria-prima, Papa disse: “a questão do gás deve ser prioritária. Estamos queimando e esgotando nossas riquezas”.
Programação – Durante toda a manhã, o ENAIQ ofereceu conteúdo sobre o atual cenário da indústria química brasileira. A abertura foi realizada pelo presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Marcos De Marchi, que apresentou um panorama geral do setor. O evento também contou com palestras de Jorge Almeida Guimarães, diretor-presidente da EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial); Fabian Gil, vice-presidente do Conselho Diretor da Abiquim e presidente da Dow para América Latina; e Wolfgang Falter, Global Sector Leader Chemicals & Specialty Materials da Deloitte.
Também foi realizado o Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia que reconhece, desde 2001, projetos de inovação tecnológica no setor. Nesta edição, a categoria “Startup’ foi vencida pela Wier, com sua inovação de tecnologia verde para real tratamento de efluentes; a categoria “Empresa” pela Oxiteno, graças ao projeto de fase contínua para fluídos de perfuração de baixa toxicidade e alta biodegradabilidade; e a categoria “Pesquisador” foi vencida pela dupla de doutores Ângelo de Fátima e Luzia Valentina Modolo pelo desenvolvimento de fertilizantes a base de ureia com eficiência aumentada.
Kurt Politzer também foi homenageado por Carlos Mariani, ex-presidente da Abiquim, na 22º edição do ENAIQ com o lançamento oficial de sua biografia. Ele, que é considerado um dos mais importantes personagens da história da química do Brasil, integrou o Conselho Diretor da Abiquim e coordenou a Comissão de Tecnologia. Doutor e professor, colaborou com a entidade por cerca de três décadas. Pela manhã também foram entregues as medalhas das Olimpíadas de Química a estudantes de escolas públicas e particulares brasileiras.