Estudos sobre o prazo de validade de produtos químicos foram tema de debate em reunião do Cesiq

A busca de sindicatos e federações da indústria interessadas em apoiar a contratação de uma consultoria especializada para realizar estudos e propor mudanças na legislação para possibilitar a extensão do prazo de validade de determinados produtos químicos que ainda preservam suas características foi debatida em reunião on-line realizada no dia 5 de outubro pelo Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq). A revalidação ou o reteste de produtos químicos de uso industrial, práticas já adotadas em alguns países, pode gerar, além de redução de custos e economia de energia, um expressivo ganho ambiental ao reduzir potencialmente o volume de descartes.

Na reunião, o presidente do Sindicato das Indústrias Químicas no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiquim), Newton Mário Battastini, observou que cabe ao fabricante comprovar tecnicamente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o prazo de validade do produto. O Conselho decidiu convidar a doutora em Engenharia Química e fundadora do Movimento Menos Resíduo, Luciana Oriqui, que é autora do livro “Shelf Life para a Indústria Química”, a detalhar para o Cesiq a sua proposta de estudos apresentada em webinar promovido pelo Sinproquim. O evento, realizado no dia 6 de agosto, foi acompanhado por mais de 400 pessoas. Nelson Reis, presidente do Sinproquim, destacou que o expressivo número de participantes no webinar demonstra o grande interesse que o tema desperta entre profissionais da indústria.

A grande capacidade ociosa na indústria química brasileira, que conta com plantas modernas, e o aumento da dependência externa do País em produtos químicos voltaram a ser debatidos pelo Cesiq. “Houve um aumento expressivo nos preços dos fertilizantes após a China anunciar restrições à exportação desses produtos”, destacou Nelson Reis. O presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para Fins Industriais do Estado do Rio de Janeiro (Siquirj), Isaac Plachta, manifestou preocupação com a crescente venda de empresas brasileiras do setor químico para corporações de outros países. “Estão comprando o mercado, e não as empresas. Nessa trajetória, haverá redução de investimentos e de oferta de empregos especializados no País”, alertou. Ele sugeriu que o Cesiq procure envolver o Conselho Federal de Química (CFQ) e os conselhos regionais da autarquia no debate e apoio às ações em defesa da indústria química. “É preciso sempre pensar no futuro, como inovação e aproveitamento de matérias-primas renováveis, em que o Brasil tem vantagens competitivas, mas sem descuidar do presente”, afirmou. O coordenador do Cesiq e diretor-executivo do Sinproquim, Renato Endres, deverá se reunir com o CFQ para debater o tema.

A elaboração de um plano estratégico para a atuação do Cesiq em defesa da indústria química brasileira, com ênfase nas pequenas e médias empresas do setor, e a realização de um webinar sobre o impacto na demanda de produtos químicos com a implementação do novo Marco Legal do Saneamento foram outros temas analisados na reunião do Cesiq.