A gestão responsável do negócio, tendo como base os princípios de ESG (meio ambiente, social e governança), entrou com força no radar de governos, grandes empresas, ONGs e instituições financeiras. Em reunião on-line realizada no dia 17 de agosto pela Comissão de Compliance do Sinproquim, Amalia Sangüeza-Pardo, Superintendente de Sustentabilidade do Banco Santander Brasil, apresentou os critérios adotados pela instituição para a tomada de decisão sobre financiamento de projetos e benefícios, como taxa reduzida de juros e prazo maior, para clientes que adotam práticas adequadas de ESG. “O Santander oferece linhas em condições especiais para projetos que signifiquem ganhos socioambientais, como a geração de energia solar”, afirma.
O Santander, segundo ela, faz uma avaliação técnica e criteriosa das iniciativas, analisando possíveis impactos ambientais e sociais, bem como práticas adequadas de governança. Sangüeza-Pardo destacou que no primeiro semestre deste ano o Santander já direcionou R$ 27 bilhões para projetos socioambientais. Para ela, as empresas precisam repensar os modelos de negócios para se adaptar aos princípios ESG. “No setor químico, por exemplo, o petróleo e seus derivados são importantes matérias-primas, mas a questão ambiental e o aumento da regulação devem tornar esses recursos mais caros e mais escassos. É importante encontrar alternativas”, alertou. Sangüeza-Pardo informou ainda que uma organização internacional está gerando parâmetros setoriais para avaliação de ESG.
Pequenas e médias empresas
As dificuldades enfrentadas por pequenas e médias empresas para o atendimento à demanda de grandes clientes e também de instituições financeiras para o atendimento aos princípios ESG foram destacadas por Sílvia Degani, da associada Degani-Vaduz. Ela observou que as PMEs encontram muitos obstáculos para o acesso a linhas de crédito e que certos critérios de avaliação deveriam considerar o porte das empresas. Sílvia também destacou não haver uniformidade no pedido de informações e dados sobre ESG por parte de clientes de diversos setores, algo que, segundo ela, facilitaria e tornaria mais eficiente o trabalho e o planejamento das PMEs.
Na reunião, Sergio Woisky, consultor e diretor da Comp9, apresentou os resultados de pesquisa realizada pela Comissão de Compliance do Sinproquim com empresas associadas à entidade. A maioria das empresas (57%) informou ter tido discussões iniciais sobre ESG e que o tema terá impacto em seus negócios.