Com grande interação da plateia, jornalista traçou perfil de candidatos e eleitores
Na manhã da quarta-feira (29) o presidente do Sinproquim, Nelson Pereira dos Reis e o diretor-executivo, Ricardo Neves de Oliveira, receberam junto a mais de 50 convidados a jornalista Christiane Pelajo para mais uma edição do Café com Opinião, tradicional evento promovido pela entidade, que traz personalidades para discussões de temas atuais.
A apresentadora da Globo News exibiu um conteúdo atualizado e alinhado às perspectivas de mercado ao discutir o cenário econômico atual e traçar o perfil de candidatos e eleitores brasileiros.
Christiane começou sua apresentação falando que há em todo o país quase 24.000 concorrentes a cargos públicos, divididos em 30% de mulheres e 70% de homens. Já no quesito eleitorado, as mulheres são maioria: elas somam 77 milhões (52%) em contraposição a 70 milhões de homens.
Após, a palestrante apresentou um perfil dos seis candidatos mais bem colocados, segundo as pesquisas: Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (REDE), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT).
REFORMA POLÍTICA E ARRECADAÇÃO
A jornalista também abordou a reforma política, falando da criação do fundo público para financiar as campanhas, da cláusula de barreira para tentar reduzir o número de partidos no Congresso e dos limites de gastos e doações. “Anteriormente não existia o fundo eleitoral, as doações só podiam ser de pessoas físicas e não havia verba pública para isso”, explicou. “Foi criado então uma reserva com dinheiro público para financiar as campanhas, como alternativa encontrada pelos políticos para conseguir dinheiro”.
Ela explicou que de R$ 1,7 bilhão arrecadado, 48% são divididos entre partidos na proporção do número de deputados na Câmara em 28/8/2017. Já 35% vão para legendas com pelo menos um representante na Câmara dos Deputados, 15% são divididos entre partidos na proporção do número de senadores em 28/08/2017 e 2% divididos entre os 35 partidos do país.
Ao apresentar a divisão pelas coligações/candidaturas, a jornalista explicou que, dessa forma, a maior parte da verba vai para o PSDB, que recebe mais de 820 milhões de reais, seguido pelo PT, que recebe quase 270 milhões. “Parece discrepante, mas existe um limite para gastos, fracionado pelos cargos”, salientou. Para presidente, só podem ser utilizados R$ 70 milhões no primeiro turno e R$ 35 milhões no segundo. Senadores, Governadores e Deputados também têm seu teto.
“Agora há também um novo limite para doações”, ressaltou Christiane. “Se pessoas físicas podiam doar até 10% de seus rendimentos brutos para cada candidato ou para a chapa majoritária, agora esse limite é de 10 salários mínimos”, disse, ressaltando que ainda que existam, as doações acima desse teto estão sujeitas à multa.
Ao abordar a cláusula de barreira, ela explicou que passou a existir um desempenho eleitoral mínimo para que os partidos tenham direito ao tempo de propaganda e ao fundo partidário. “Eles precisam alcançar 1,5% dos votos válidos em nove estados ou mais e em cada um desses estados, a legenda precisa ter, no mínimo, 1% dos votos válidos, ou ainda eleger nove deputados distribuídos em, no mínimo, nove estados.”
Essas exigências vão aumentando, gradativamente, até 2030 e as mudanças impactam, principalmente, os pequenos partidos. Como exemplo, foi citado que legendas com baixo desempenho não teriam recebido R$ 253,6 milhões desde 2011, valor que corresponderia, por exemplo, a 3.170 ambulâncias, 158 creches ou 2 hospitais com 100 leitos cada.
PESQUISA
A jornalista contou que segundo pesquisa recente, feita pelo instituto Ipsos, a ânsia dos eleitores brasileiros por uma novidade na campanha presidencial arrefeceu desde o fim do ano passado, ao mesmo tempo em que a experiência passou a ser mais valorizada nas eleições 2018. “O brasileiro quer um candidato experiente, preparado, confiável, moderno, comprometido e sem manchas de corrupção”, disse. “Achei bem curioso esse resultado.”
Ao final, o Sinproquim promoveu uma sondagem na plateia presente, perguntando de forma interativa qual era o seu candidato de preferência. João Amoedo foi o eleito pelos presentes com 37,3% das intenções de voto, seguido por Geraldo Alckmin, com 33%.
O nome de Jair Bolsonaro foi escolhido por quase 10%, empatando com o número de indecisos. Marina Silva foi citada por 7,8% e Álvaro Dias por 2%.
Também foi perguntado qual deve ser o tema prioritário no governo do próximo presidente: a política econômica foi citada como mais importante para 56,9%, seguida pelos temas segurança, educação, previdência, gastos públicos, saúde, reforma trabalhista, privatização e programas sociais. Clique aqui e responda à sondagem do Sinproquim.