A Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), que atua no acompanhamento das negociações internacionais, analisou os resultados da rodada de negociações entre o Mercosul e a União Europeia realizada entre os dias 2 e 6 de outubro. Na avaliação da CEB, foram registrados poucos avanços. Uma nova rodada de negociações está agendada para o início de novembro, em Brasília, e há a possibilidade de realização de mais uma rodada em dezembro, mas ainda sem confirmação.
Acesso a mercados: a discussão ficou muito aquém do esperado. Houve uma frustração do lado do Mercosul com a oferta abaixo do esperado, tanto em carne bovina quanto em etanol. Uma boa oferta dos dois produtos era o gatilho para que a parte de acesso a mercados deslanchasse.
Bens, serviços e agricultura: a parte de regras que tinha mais relação com acesso a mercados andou mais devagar, caso dos textos de bens, agricultura e serviços. O tema de drawback foi novamente colocado pelo Mercosul à União Europeia como um tema crucial para essa negociação.
Regras de origem: regras de origem também sofreram o mesmo impacto. Até o momento, 35% das regras de origem estão acordadas.
Cestas de 12 e 15 anos: a existências das cestas de 12 e 15 anos foi confirmada. Esse pleito era importante para acomodar interesses de parte do setor empresarial brasileiro.
Compras governamentais: a parte de regras desse capítulo já estava avançada e a evolução em outras partes foi mais lenta. Há diferenças de interpretação quanto a temas como tratamento nacional.
Outros temas: texto de Pequenas e Médias Empresas teve bom avanço e as cláusulas tem relação, sobretudo, com transparência e facilitação. Há um anexo sobre vinhos que teve também entendimentos.
Parâmetros para ofertas: negociadores estão buscando agora nova sinalização por parte da U.E. e definição de parâmetros na próxima rodada para iniciar os movimentos nas ofertas, tanto do Mercosul quanto da União Europeia.
A CEB é um mecanismo informal de coordenação do setor privado. Formada por entidades de classe, como associações, federações e sindicatos, e por empresas de diferentes setores, a CEB reúne mais de 170 membros interessados em influenciar as estratégias brasileiras de integração internacional.