Sinproquim aponta os desafios e oportunidades do setor no 7º Lubgrax Meeting

As perspectivas, os desafios, as ameaças e as oportunidades para a indústria química brasileira  compuseram o tema da apresentação realizada pelo diretor-executivo do Sinproquim, Ricardo Neves, no 7º Lubgrax Meeting – Fórum Executivo e de Negócios em Lubrificantes, Fluidos, Óleos e Graxas, evento que ocorreu em São Paulo, nos dias 17 e 18 de agosto. Após traçar o panorama atual do setor e ressaltar que a indústria química figura entre as que mais possuem efeitos propulsores na economia, Neves observou que o Brasil possui todas as condições de se tornar o líder mundial em química renovável e que a produção de gás natural deverá ser triplicada até 2030. “No futuro, as matérias-primas tendem a ser abundantes, mas precisam estar acessíveis e competitivas”. Segundo ele, o valor agregado pela indústria química ao gás natural utilizado como matéria-prima chega a até oito vezes, na comparação com o uso do gás como energia.

Entre os principais gargalos para o aumento da competitividade do setor, Neves apontou o alto custo da energia, o “gap” tecnológico entre empresas químicas e fornecedores locais, o alto custo de capital de giro, a estrutura tributária complexa e de valor elevado, os constrangimentos logísticos e o baixo investimento em inovação nas empresas, além dos preços e da baixa disponibilidade de nafta petroquímica e gás natural. O diretor-executivo do Sinproquim assinalou a necessidade de serem adotadas algumas medidas para que o setor possa efetivamente aproveitar as oportunidades que surgirão nos próximos anos, como a aprovação do Regime Especial para a Indústria Química (REIQ), o financiamento de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, incluindo a pesquisa básica e plantas-piloto, e mecanismos que estimulem o uso de matérias-primas alternativas renováveis.

Em sua análise, Ricardo Neves elencou metas para os principais segmentos químicos e impactos na balança comercial do País até 2030. “Na área de defensivos agrícolas, por exemplo, o objetivo é alcançar 30% da produção global, destinando 20% para o consumo interno e 10% para exportação. No segmento de lubrificantes, é preciso expandir a capacidade de produção de óleos básicos para atender a crescente demanda local”, destacou. O diretor do Sinproquim ressaltou que a indústria química brasileira responde pela geração de 2 milhões de empregos diretos e indiretos, tendo registrado um faturamento superior a US$ 112 bilhões em 2015. “O déficit na balança comercial de produtos químicos, no entanto, chegou a US$ 26,5 bilhões no ano passado. No Brasil, a ociosidade no setor químico é elevada, o que significa a oportunidade de uma rápida elevação da produção para responder à esperada retomada do crescimento econômico”, afirmou.