Sinproquim participa ativamente do 9º Lubgrax Meeting

Evento foi realizado dias 1º e 2 de agosto em São Paulo; diretor-executivo Ricardo Neves de Oliveira palestrou em um dos debates do encontro e o moderou

O Sinproquim marcou presença no 9º Lubgrax Meeting – Fórum Executivo e de Negócios em Lubrificantes, Fluidos, Óleos e Graxas. Na tarde de quinta-feira, 2 de agosto, o diretor-executivo do Sindicato, Ricardo Neves de Oliveira, palestrou sobre a indústria petroquímica nacional. Na sequência, moderou o debate a respeito dos desafios e das oportunidades do setor junto a grandes nomes da S&P Global Platts, Braskem e CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

“A indústria química é extremamente importante para a economia do país, por gerar cerca de 2 milhões de empregos diretos e indiretos”, enfatizou Oliveira logo no início. Destacando a falta de competitividade atual da área, o diretor-executivo lembrou que a indústria brasileira já ocupou a sexta posição no ranking das maiores do mundo; porém, após décadas de falhas de planejamento, da falta de concorrência e de gestão, caiu para a oitava colocação.

Ilustrando o momento pelo qual passamos, Oliveira exibiu um comparativo da balança comercial. “Há 25 anos tínhamos praticamente zerado o deficit da balança ao atingirmos apenas US$ 1,5 bilhão negativo. Hoje chegamos a US$ 23 bilhões negativos.”

Além de apresentar dados econômicos do setor e demonstrar como a indústria química é fundamental para todos os outros segmentos do mercado, Oliveira apontou o que enxerga como principais desafios. “Os fatores críticos são, basicamente, a matéria-prima que, por uma série de razões, detém custos altíssimos e representa de 70% a 90% do orçamento das companhias; e a energia que, apesar de termos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, ainda é um fator impeditivo à competitividade.”

O diretor-executivo complementou sua conferência demonstrando o poder desse setor no território nacional, que conta com quatro grandes polos petroquímicos (Capuava, em São Paulo; Camaçari, na Bahia; Triunfo, no Rio Grande do Sul; e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro), e enfatizando a relevância das associações na luta pela maior competitividade. “Tanto o Sinproquim quanto os outros sindicatos da indústria, somados à Abiquim, têm investido em diversos trabalhos. Atualmente, há duas frentes parlamentares muito importantes que batalham por mudanças tanto legislativas quanto operacionais para as nossas plantas”, finalizou.

Palavra dos especialistas – Depois de Ricardo Neves de Oliveira, o painel recebeu três palestrantes de peso para tratar sobre as oportunidades da área petroquímica. Bernardo Fallas, da S&P Global Platts, abordou o tema “Brasil: encontrando seu lugar no cenário petroquímico global”. Durante sua apresentação, Fallas mencionou que o país “está em um momento que não é tão ruim, mas também não é tão competitivo”.

O especialista apresentou, como uma das principais tendências mundiais, a integração das refinarias na Ásia e as tensões comerciais entre os principais parceiros dos Estados Unidos. Colocando o Brasil neste cenário, comentou o tamanho potencial do nosso mercado químico, a oferta e a demanda, a dependência de nafta para a produção, o preço dos polímeros e as questões relacionadas à importação de etano.

Esa Ramasamy, também representando a S&P Global Platts, falou sobre “A nova ordem do petróleo: oportunidades para o mercado brasileiro”. Em seu discurso, enfatizou a eficiência de preços na nova ordem, bem como as principais mudanças que chegam por meio do IMO 2020 e por que há a real necessidade de destinar recursos em um processo robusto de definição de preços para os óleos crus nacionais. Além disso, Esa explicou como se pode promover e sustentar o setor de hidrocarbonetos no país.

Na sequência, o painel contou com Augusto Passos, da Braskem, que assim como Oliveira ofereceu um cenário macro da atual indústria química brasileira, porém com o olhar da Braskem. Para ele, os grandes desafios são desenvolver novas fontes de matérias-primas e novos fornecedores por meio das oportunidades criadas pelo pré-sal; garantir custos mais competitivos à importação, ampliar a flexibilidade das matérias-primas em uso; eliminar os gargalos logísticos; e assegurar uma estrutura de custos que permita competitividade tanto ao mercado interno quanto ao externo.

Encerrando a grade de debates, Adriano Pires, do CBIE, falou sobre “O posicionamento global do mercado de petróleo brasileiro”. Com ênfase nas demandas geradas após a descoberta e divulgação do pré-sal, Pires afirmou ser preciso perseguir políticas para garantir estabilidade regulatória e jurídica capazes de atrair a entrada de recursos internacionais. Para ele, o petróleo não será tão valioso assim daqui a alguns anos, e o mais certeiro a fazer é investir em leilões que assegurem a comercialização de toda a reserva que temos disponível, antes que os preços se tornem ainda mais baixos e tragam prejuízos ao setor no país.

Após as apresentações, todos os palestrantes subiram ao palco com Ricardo Neves de Oliveira para uma sessão final de perguntas e respostas, durante a qual esclareceram dúvidas remanescentes da plateia.