O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) criou um grupo de trabalho para elaborar o Plano Clima Adaptação, com foco na indústria. Coordenado pela Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, o GT é formado por representantes do setor produtivo e da sociedade civil, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Pacto Global e Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI), entre outros.
O objetivo é a elaboração de uma estratégia nacional de adaptação, com diretrizes e informações claras, para guiar os diferentes setores da economia brasileira nos investimentos em mecanismos de resiliência e enfrentamento, como a melhoria dos sistemas de reúso de água, ampliação do acesso a financiamentos e implementação mais rápida de ações de adaptação. A proposta é finalizar o documento, que vai integrar 14 planos setoriais, em seis meses. O documento deverá ser entregue em 2025, durante a COP30, que será realizada em Belém, no Pará.
Os riscos das mudanças no clima serão diferenciados conforme o setor, a região do país e o porte das empresas. Segundo a CNI, os setores mais sensíveis são aqueles mais intensivos no uso de água e energia, os localizados em regiões geográficas mais expostas, como, por exemplo, em áreas costeiras ou em locais com riscos de inundações e deslizamentos de terra.
A internalização dos riscos climáticos é cada vez mais necessária no planejamento estratégico das empresas. As mudanças do clima podem implicar impactos negativos, incluindo danos a infraestruturas e equipamentos, interrupção parcial ou total da operação industrial, impactos no fornecimento de energia elétrica, redução ou interrupção do fornecimento de matérias-primas, comprometimento da saúde dos colaboradores e redução da disponibilidade e da qualidade da água.