A transição para uma economia de baixo carbono está se tornando uma realidade cada vez mais próxima — e regulada — no Brasil. Com a publicação da Lei nº 15.042/2024, que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), o País avança na criação de um mercado regulado de carbono, alinhado às práticas internacionais de rastreabilidade e precificação de emissões.
Esse novo contexto traz implicações diretas para a indústria química, que desempenha papel central em cadeias produtivas intensivas em energia, insumos e transporte. As empresas precisarão monitorar, reportar e reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE), adotando metodologias robustas de mensuração — entre elas, a Análise de Ciclo de Vida (ACV), ferramenta essencial para avaliar e quantificar os impactos ambientais de produtos e processos, da extração da matéria-prima até o descarte final.
Mais do que uma exigência legal, a ACV representa uma oportunidade estratégica para o setor:
- Reduzir custos e desperdícios, ao otimizar insumos e energia;
- Aumentar a conformidade regulatória frente às exigências nacionais e internacionais, como PNMC, CBAM e SBCE;
- Reforçar a reputação e o posicionamento competitivo em mercados que valorizam a sustentabilidade e a rastreabilidade;
- Ampliar o acesso a financiamentos verdes e linhas de crédito diferenciadas.
Neste cenário, o Sinproquim recomenda que suas associadas se preparem desde já para o novo marco regulatório, buscando parcerias institucionais e técnicas que fortaleçam sua governança ambiental, climática e operacional.
Uma das iniciativas de maior impacto é a Jornada de Descarbonização da Indústria, promovida pelo Senai-SP, em parceria com a Fiesp, Sebrae-SP e Desenvolve SP, que oferece consultorias, diagnósticos e planos de descarbonização personalizados para empresas industriais.
A jornada está aberta a empresas de diferentes portes — inclusive micro e pequenas indústrias — com acesso gratuito até determinados níveis de faturamento, e condições especiais de financiamento para projetos de eficiência energética e inovação.
O Sinproquim reforça que a preparação técnica e a conformidade regulatória são elementos-chave para manter a competitividade da indústria química paulista e nacional.
A rastreabilidade, a gestão de emissões e o engajamento da cadeia de valor estão no centro das discussões globais — e as empresas que se anteciparem a essas demandas estarão mais bem posicionadas para crescer em um mercado cada vez mais exigente e sustentável.
Texto elaborado por Luciana Oriqui, assessora do Sinproquim para Assuntos de Sustentabilidade, a partir do post de Bruno Araújo, do Senai-SP, no LinkedIn: https://www.linkedin.com/posts/bruno-araujo-2222437b_senai-descarbonizaaexaeto-sustentabilidadeindustrial-activity-7384900763589840896-8VZP/?utm_source=share&utm_medium=member_ios&rcm=ACoAAAgU2e0B4f3uZVArG6VsxiqE7HaeIUnu8iU