Em reunião aberta do Conselho Diretor, realizada em 27 de agosto, a Abiquim deu início a um novo ciclo de governança e deu posse aos conselheiros estatutários para o biênio 2025-2027. Durante o encontro Daniela Manique, presidente do Conselho Diretor da Abiquim e reeleita pela segunda vez para o mandato, ressaltou a importância do papel estratégico do Conselho para o futuro da indústria química brasileira, lembrando que o setor é “a mãe de todas as indústrias” e deve ser protagonista no processo de industrialização do país. Para ela, cabe ao Conselho projetar uma visão de longo prazo, defendendo uma indústria sustentável, verde e inovadora, capaz de se consolidar como referência global nos próximos cinco a dez anos.
André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, apresentou os principais avanços obtidos no primeiro semestre de 2025, em meio a um cenário global de baixa demanda, margens pressionadas e competição acirrada. Entre os destaques, mencionou o acordo de cooperação com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que viabilizará um mapeamento abrangente da indústria química nacional, incluindo ameaças e oportunidades. Também foram formalizadas parcerias com a Firjan e a FIEB, que trazem os centros de pesquisa e inovação SENAI CETIQT e CIMATEC como aliados estratégicos em áreas como economia circular, baixo carbono e matérias-primas renováveis.
Outro ponto destacado foi a participação ativa da Abiquim nas negociações do Acordo Global do Plástico, contribuindo para garantir equilíbrio entre interesses ambientais, sociais e industriais, além do avanço do debate no Congresso Nacional com a tramitação do Projeto de Lei 892/2025, que institui o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq). Passos ressaltou ainda os esforços da entidade para reforçar a defesa comercial da indústria, por meio de medidas antidumping e revisões tarifárias, fundamentais diante da concorrência internacional predatória.
O presidente do Grupo OCQ, Francisco Fortunato, destacou a inovação e a digitalização como vetores centrais da transformação da indústria, sobretudo no avanço da química verde e sustentável. Mariana Orsini, líder regional da Dow no Brasil, reforçou o papel da Abiquim na construção de políticas públicas equilibradas, que permitam a transição energética em setores de difícil descarbonização sem perda de competitividade. Priscila Camara, vice-presidente sênior da Basf para a América do Sul, enfatizou a importância da redução da dependência de insumos importados e aceleração da adoção de matérias-primas renováveis e tecnologias limpas, destacando o papel do Conselho em articular políticas que unam competitividade e sustentabilidade. Maximilian Yoshioka, CEO da Indorama Ventures Polímeros, sublinhou a função estratégica do Conselho como porta-voz do setor junto ao governo e à sociedade, fortalecendo a competitividade frente às importações desleais.