Abiquim publica estudo sobre a indústria química brasileira e destaca as principais missões para o setor

Intitulado “Missões para a Indústria Química no Brasil”, o trabalho faz uma profunda análise do setor, ressalta como o processo de desindustrialização na química afeta outras cadeias produtivas e destaca como o aproveitamento de vantagens comparativas do Brasil em gás natural e matriz de renováveis pode impulsionar o crescimento do setor e levar o País a uma posição de alta competitividade em química verde. A Abiquim observa que falta um programa, coordenado pelo governo federal, semelhante ao adotado por outros países, que poderia ser a base para o renascimento, em termos competitivos, da indústria química brasileira.

O gás natural, bioprodutos, energia renovável e saneamento são relacionados no estudo como as missões para o setor. A maximização do uso do gás natural como matéria-prima reduziria a vulnerabilidade do País no agronegócio com o aumento da produção local de fertilizantes. A geração de produtos a partir da biomassa, em substituição a insumos de origem fóssil, traz grandes oportunidades de inovação. A ampliação de uma matriz energética limpa, com baixa pegada de CO2 e de baixo custo, viabilizaria a produção de hidrogênio verde e de outros produtos químicos obtidos em processos eletrointensivos, como metanol e amônia. Há ainda as oportunidades criadas pelo novo Marco Legal do Saneamento em PVC, cloro-soda e produtos químicos para tratamento de água e efluentes.

Entre as metas e contrapartidas apontadas no estudo estão o aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética da química, a redução da emissão de gases de efeito estufa, a maior utilização de gás e biomassa como matérias-primas, a redução da capacidade ociosa das plantas de 30% para 10%, aumento dos investimentos no setor para a média de US$ 5 bilhões por ano e redução do déficit da balança comercial de produtos químicos para US$ 30 bilhões até 2030. O efeito da realização dessas e de outras metas, aponta a Abiquim, elevaria o valor agregado da química na atividade industrial, aumentaria a arrecadação de tributos e geraria mais empregos.