As expectativas são positivas, mas há muito trabalho pela frente, afirma o presidente do Sinproquim

A mudança no calendário, com um novo ano se iniciando, é sempre um convite à reflexão sobre o que fizemos e passamos no ano que finda. É também uma ocasião propícia para o estabelecimento de metas. 2023 traz um novo governo para o Brasil e a esperança de avanços no equacionamento e solução dos graves problemas que o País enfrenta. Todos reconhecem o tamanho do desafio que temos pela frente, mas sabemos, como ensina o provérbio chinês, que crise também é oportunidade.

A indústria brasileira, em especial a que atua no setor químico, vive um momento de fragilidade decorrente dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, da inflação mundial em alta, do baixo crescimento previsto para a economia mundial, dos gargalos nas cadeias de distribuição e do expressivo aumento da dependência externa do País por matérias-primas e produtos importados, bem como da defasagem tecnológica, que aumentou significativamente nos últimos anos. A reindustrialização do Brasil é essencial para a geração de mais empregos e renda. Sem uma indústria forte, com capacidade de investir em novas tecnologias e processos, o Brasil estará fadado a uma economia de baixo crescimento, com todas as consequências daí decorrentes. A recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é um importante passo para o País vencer essa jornada. Nossa expectativa é de que seja criada na estrutura do ministério uma secretaria especial para a indústria química, por sua importância em todas as cadeias de produção. O Sinproquim, em conjunto com o Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq), defende essa proposta.

As profundas mudanças no cenário mundial, com a crescente preocupação pelo uso de energia limpa e aproveitamento de matérias-primas renováveis, traz uma grande oportunidade para o Brasil. Mas a indústria sozinha, com exceção de iniciativas pontuais, não poderá aproveitar todo o potencial dessa oportunidade. É necessário o envolvimento do governo, criando uma política de estímulo a investimentos com regras claras e duradouras; da academia, que pode encurtar caminhos para avanços tecnológicos em produtos e processos; e do Parlamento, para a criação de leis que possibilitem a necessária segurança jurídica para os empreendimentos.  

O Sinproquim deseja a seus associados e colaboradores, bem como ao futuro governo, um 2023 de muitas realizações. Há muito trabalho pela frente, mas é assim, trabalhando, que vamos avançar para um País melhor e mais justo.

Boas festas a todos.

Nelson Pereira dos Reis

Presidente do Sinproquim