O Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq), em reunião realizada em 28 de abril, avalia ser urgente a elaboração de um plano de Estado para o setor que considere o papel estratégico da indústria química no suporte a outros setores produtivos e garanta competitividade à produção nacional. Sem isso, principalmente após as mudanças tarifárias impostas pelos Estados Unidos, o Brasil pode ser inundado pelos excedentes de produção de outros países, o que pode provocar o fechamento de empresas já fragilizadas, que operam com alta capacidade ociosa, e elevar a dependência externa do País, colocando em risco o crescimento econômico e o desempenho de outros setores produtivos. Nos últimos anos, várias unidades industriais foram desativadas no Brasil, com perda de capacidade produtiva e de mão-de-obra especializada.
André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, detalhou os principais pontos de atuação da entidade para reverter essa situação. No foco da Abiquim estão a manutenção do aumento de tarifas de importação de produtos químicos como forma de fazer frente à acelerada entrada no Brasil de produtos de outros países; a aprovação do Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq); e sensibilizar o governo sobre a necessidade de redução de preços e elevação da oferta de gás natural. O Presiq pretende alavancar o segmento por meio de estímulos fiscais inteligentes, a partir da adoção de processos de baixo carbono no ecossistema produtivo. Além de atrair mais investimentos para a economia de baixo carbono, o Presiq deve estimular a indústria, que voltaria a operar em plena carga, ocupando 95% da capacidade produtiva atual. Em relação ao gás natural, a meta é reduzire o preço praticado no mercado interno para algo em torno de US$ 8 por milhão de BTUs.
O Conselho também discutiu a possibilidade de apresentação, em uma próxima reunião do Cesiq, de um estudo elaborado por uma consultoria internacional sobre o processo de transição energética e impactos na indústria química.