CNI projeta crescimento de 2,3% do PIB em 2025, o menor dos últimos cinco anos

Confederação Nacional da Indústria (CNI) diminuiu de 2,4% para 2,3% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. Esse seria o menor crescimento da economia brasileira nos últimos cinco anos e representaria queda de 1,1 ponto porcentual em relação ao resultado do PIB de 2024. A CNI prevê que o Banco Central elevará a Selic em meio ponto percentual na próxima reunião e manterá os juros em 14,75% até o fim do ano. Isso deve fazer com que a taxa de juros real encerre 2025 em 9,8% a.a. ante os 7% a.a. registrados em 2024. A entidade projeta crescimento real de 6,5% das concessões totais de crédito, abaixo do aumento de 10,6% observado no ano passado. Além do crédito, outros dois fatores importantes para o crescimento da economia em 2024 serão mais moderados este ano: o estímulo fiscal e o mercado de trabalho. 

Ainda que programas como o Nova Indústria Brasil (NIB), o Minha Casa, Minha Vida, e a depreciação acelerada sustentem o investimento, ressalta a CNI, o crédito caro tende a enfraquecer novos aportes. A previsão é de alta de 2,8% do investimento em 2025, uma perda de ritmo relevante na comparação com 2024, quando subiram 7,3%. 

Na análise da CNI, o menor ritmo de expansão da demanda impactará a atividade econômica. A indústria deve crescer 2% em 2025, ante 3,3% no ano passado. Destaque em 2024, a indústria de transformação deve subir 1,9% – metade dos 3,8% de 2024. Além da demanda interna crescer a um ritmo mais lento, o cenário externo, sobretudo por causa da nova política comercial americana, trará impactos sobre a economia brasileira.

 No caso das exportações, o novo desenho do comércio global tende a limitar as trocas comerciais entre os países, o que inclui os produtos brasileiros, de forma geral. Ao mesmo tempo, os desvios de comércio em decorrência da nova política comercial americana também podem promover a entrada de mais produtos importados no Brasil. A maior presença desses produtos pode prejudicar a produção industrial nacional, principalmente com a demanda crescendo mais moderadamente.