Ex-presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca ressaltou em reunião do Conselho Temático de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que o desequilíbrio no atual modelo do setor elétrico brasileiro poderá acarretar um excedente de oferta de energia. “A perspectiva é de excesso de geração. Já se fala que em 2029 teremos geração três vezes maior que o consumo”, afirmou. A previsão do especialista na área reforça a visão do Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq) de que a maior oferta de energia poderá abrir espaço para o aproveitamento do gás natural como matéria-prima pela indústria química por não haver necessidade de acionamento de usinas termoelétricas.
O País, destaca Fonseca, terá grande oportunidade de exportar hidrogênio verde, a partir da sobra de energia. “Poderíamos exportar hidrogênio verde. O Brasil tem uma vocação enorme para isso, pois há um excedente de energia – não há como armazenar energia eólica e solar. Trata-se de uma grande oportunidade de negócio, mas temos que nos preparar bem antes”, destacou o especialista. O ex-presidente da Abradee defende a aprovação de projeto de lei em tramitação no Congresso que trata da modernização do setor. Segundo ele, geradores, distribuidores e consumidores deveriam entrar em acordo, renunciando a algumas vantagens, para a construção de um modelo que promova mais segurança energética e preços mais justos. Fonseca disse que é preciso encontrar uma solução para reduzir encargos e subsídios embutidos nas tarifas de energia.