O Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq), em reunião realizada dia 25 de agosto, analisou os impactos das mudanças geopolíticas e econômicas sobre a produção industrial do País, em especial sobre as pequenas e médias empresas. Na visão dos conselheiros, o Brasil dispõe de um grande campo de desenvolvimento, mas cedeu – e continua cedendo – espaço para empresas sediadas no exterior. Várias linhas de produção no País foram descontinuadas nos últimos anos e há muitas outras que podem seguir o mesmo caminho, afetando pequenas e médias empresas que integram a cadeia de produção, com perda de postos de trabalho. A possibilidade de aumento da prática de dumping, em uma conjuntura já difícil, é outro fator de preocupação.
O Cesiq avalia que o governo deve adotar medidas estruturantes para apoiar os setores produtivos. Ações paliativas, como ampliar linhas de financiamento, com custos menores, ajudam, mas não resolvem a questão. Mesmo porque a tomada de crédito também significa endividamento.
Na reunião, que contou com a participação do empresário Mauricio Ecker Fontana, recém-empossado na presidência do Sindicato das Indústrias Químicas no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiquim), os conselheiros destacaram a necessidade de aproximar as PMEs dos sindicatos como forma de assegurar maior representatividade a essas empresas. Para eles, é preciso mudar a visão que as empresas têm do papel exercido pelos sindicatos patronais na defesa do setor.
O Sinproquim informou que planeja realizar uma pesquisa para dimensionar o impacto, direto e indireto, do tarifaço sobre a indústria química paulista, com foco principal nas pequenas e médias empresas.
O Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química é constituído pelos presidentes dos sindicatos da indústria química da Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Em conjunto, essas entidades representam cerca de 70% da indústria química brasileira.