Dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) retratam a crescente dependência externa do Brasil em produtos químicos. No ano passado, as importações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 60,7 bilhões, 46,7% mais do que em 2020. As exportações cresceram 32,3%, chegando a US$ 14,5 bilhões. O déficit na balança comercial brasileira de produtos químicos em 2021 foi recorde, alcançando US$ 46,2 bilhões, com aumento de 51,8% em relação a 2020. Os principais itens importados foram os produtos químicos orgânicos e para o agronegócio.
O Sinproquim e o Conselho das Entidades Sindicais da Indústria química (Cesiq), que reúne os sindicatos da Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, têm alertado sobre os riscos que a crescente dependência externa em produtos químicos traz para as cadeias produtivas do País, em especial para o agronegócio. Um eventual problema na rede de fornecimento, como está acontecendo hoje na indústria automobilística pela falta de chips no mercado mundial, pode comprometer a atividade e o crescimento do agronegócio. Na visão das entidades sindicais e da própria Abiquim, o Brasil tem conhecimento técnico e empresarial para a fabricação local de vários produtos químicos hoje importados em larga escala pelo aproveitamento da capacidade ociosa ou ampliação de projetos, gerando empregos e renda para os brasileiros. Na visão do Cesiq, o Brasil não pode prescindir de um setor estratégico, como o químico, que é considerado como a indústria das indústrias.