Linhas de crédito para microempresas e pequenas e médias indústrias são analisadas pela Fiesp

O Conselho Superior da Micro, Pequena e Média Indústria (Compi) da Fiesp analisou, em reunião realizada no dia 19 de outubro, as opções de financiamento para empresas. O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que atende pequenas e médias empresas, é operado atualmente a uma taxa de 19,75% ao ano (Selic mais 6%). Criado em 2020, durante a crise da pandemia de Covid-19, o Pronampe parece não ser tão interessante. Entretanto, na avaliação do Compi, essa linha de crédito ainda está muito abaixo do valor praticado pelo mercado e, como há a perspectiva de redução futura da Selic, o financiamento pode ser mais atrativo.

Para o presidente do Compi, Luciano Coutinho, ainda que exista a expectativa de que a taxa Selic venha a cair em 2023, isso não deverá ocorrer rapidamente. Se a desaceleração da economia mundial levar a economia brasileira para o mesmo caminho, então pode ser que o Banco Central comece a reduzir a taxa Selic mais cedo do que o previsto. “Se a economia se contrair, a pressão de demanda que justifica a manutenção da taxa atual perde sua razão de ser”, afirmou Coutinho.

De acordo com pesquisa da Fiesp, apenas 18,74% das empresas têm a intenção de aderir ao Pronampe. Desse universo, 16% contrataram o empréstimo e 50% pretendem efetivar a adesão até dezembro deste ano. No acompanhamento, foi observado que mais de R$ 30 bilhões já foram contratados, de uma expectativa de R$ 50 bilhões, com 77% dos recursos efetivados para pequenas empresas.

Para 2022 as pequenas empresas, com faturamento até 4,8 milhões, podem contratar até R$ 150 mil. A expectativa do governo é de que sejam concedidos R$ 50 bilhões até o final de 2024, mas no atual ritmo de concessão dos empréstimos os recursos se esgotarão já em dezembro deste ano. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal lideram as operações, com mais de R$ 28 bilhões, representando 62% dos contratos.

O Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), modalidade de garantias (Fundo Garantidor de Investimentos – FGI), atende empresas com faturamento de até R$ 300 milhões. O desembolso foi de R$ 7,7 bilhões e 89% dos recursos foram destinados para a média empresa. A expectativa do governo é de que sejam concedidos R$ 22 bilhões até o final de 2023, sendo R$ 10 bilhões em 2022.