A implementação de um sistema econômico circular de produção, em que o descarte é substituído pelo reaproveitamento de produtos e pela regeneração de recursos naturais, está na base do Plano Nacional de Economia Circular. Em evento realizado no dia 4 de abril, na Fiesp, Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, detalhou o plano e afirmou que “todas as tragédias decorrentes da emergência climática mostram a necessidade de sairmos de um modelo de economia linear, que utiliza e descarta de forma abusiva os recursos naturais, para uma economia circular, que reaproveite ao máximo os produtos”.
A economia circular, destacou Rollemberg, tem um papel fundamental na descarbonização da economia. “Aproveito para reconhecer o papel da indústria, que tem feito todo um esforço de avanço em relação à circularidade como estratégia de descarbonização, competitividade e sustentabilidade, como está previsto na Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC)”, disse.
A ENEC busca promover a adoção de iniciativas circulares desde o início da cadeia produtiva, com base em três princípios: não geração de resíduos e poluição; circulação de materiais e produtos em seus mais altos valores pelo maior tempo possível; e regeneração da natureza, permeada pelo conceito de redesenho circular da produção.
Segundo Rollemberg, o Plano Nacional de Economia Circular tem cinco eixos estratégicos: a criação de um ambiente normativo favorável, o fomento à inovação, redução de resíduos, proposição de instrumentos financeiros e o engajamento de trabalhadores.
A Estratégia Nacional de Economia Circular foi instituída pelo governo federal como parte da Nova Indústria Brasil (NIB) que tem como objetivo promover inovação e negócios sustentáveis, impulsionando uma política industrial alinhada ao crescimento responsável e sustentável.
Nelson Pereira dos Reis, diretor titular do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Fiesp e presidente do Sinproquim, disse que a entidade encara a economia circular como o caminho para o futuro da indústria. “E é por isso que nós vamos realizar o Fórum Mundial de Economia Circular. Será uma boa oportunidade para o Brasil mostrar o caminho que está adotando em relação a todo esse processo de transição energética como novo modelo de negócio”.
Fiesp e CNI estão organizando a nona edição do Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF) que será realizado pela primeira vez na América Latina. O evento ocorrerá em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, de 13 a 16 de maio, e abordará a relevância da economia circular na transição para uma economia de baixo carbono, justa e inclusiva. O WCEF será realizado pela primeira vez na América Latina. O evento, que tem a CNI e a Fiesp como organizadores, ocorrerá em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, de 13 a 16 de maio.
Ações do Sinproquim
Uma importante iniciativa do Sinproquim em economia circular foi a criação de um hotsite na internet, em parceria com o Sindirrefino, Sindilub, Sindirepa, Sindtrr, Abrapol e Ambioluc, para divulgar informações e dados sobre a reciclagem de óleos lubrificantes usados ou contaminados. Apenas um litro de óleo lubrificante usado ou contaminado jogado de forma inapropriada no meio ambiente contamina um milhão de litros de água. O site relata sobre como deve ser descartado o óleo lubrificante usado ou contaminado, legislação aplicada ao segmento, responsabilidades ao longo da cadeia, processos e dados sobre o volume coletado desses produtos no Estado de São Paulo, benefícios do processo de rerrefino e riscos ambientais.
Em outra iniciativa, o Sinproquim promoveu um workshop com especialistas sobre a prevenção de resíduos e extensão da validade de produtos químicos e publicou um manual, disponível no site da entidade, com orientações sobre as técnicas de revalidação e reteste de produtos químicos como forma de reduzir a geração de resíduos.