Perspectiva de crescimento da indústria de transformação cai para 0,7% este ano 

A indústria de transformação, aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI), é o setor industrial que mais vem perdendo ritmo em relação a 2024, ano em que a atividade teve expansão de 3,8%. A projeção inicial para 2025 era de 1,9% de crescimento, dado revisto para 1,5% no 2º trimestre e chega ao terceiro trimestre com previsão de fechar o ano com alta de 0,7%. A desaceleração da indústria de transformação é atribuída ao alto patamar da Selic, redução da demanda interna por bens industriais, aumento das importações e efeitos do tarifaço. Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial da indústria de transformação. Em agosto e setembro, as exportações desse segmento para os EUA caíram 21,4% na comparação com os mesmos meses do ano passado.

A queda da expectativa de crescimento da indústria só não foi maior pelo desempenho positivo da indústria extrativa. O patamar elevado da produção de petróleo desde o início do ano fez a CNI aumentar de 2% para 6,2% a estimativa de alta do setor. A projeção de crescimento para a indústria da construção também foi revista para baixo, de 2,2% para 1,9%. Segundo a CNI, os juros altos impactaram as vendas do varejo de produtos do setor.

A CNI acredita que a inflação vai continuar perdendo força. Atualmente em 5,2% no acumulado de 12 meses até setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2025 em 4,8%, mesma variação observada no fim de 2024, e acima do teto da meta da inflação de 4,5% em 12 meses. Apesar disso, não há indícios de que o Banco Central irá iniciar o processo de cortes da taxa de juros, a Selic, que deve fechar o ano em 15%. Isso significaria juros reais de 10,3%, bem acima dos 7% de 2024, reforçando uma política monetária profundamente contracionista.