Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 128 empresas e associações industriais revelou que a retomada da atividade econômica enfrenta mais um desafio: o preço e a falta de contêiner. Segundo a CNI, mais de 70% dos entrevistados sofreram com a falta de contêineres ou de navios e mais da metade foi obrigada a cancelar ou suspender operações. A pesquisa também apontou que 96% das empresas perceberam um aumento no valor do frete de importação e 76% no das exportações. O preço do contêiner, que girava em torno de US$ 2 mil por unidade antes da pandemia, pulou para US$ 10 a US$ 12 mil, mais de cinco vezes em relação aos anos anteriores.
O Brasil responde apenas por 1% do comércio mundial regular de contêineres, devido à sua localização. As principais rotas – mais baratas e mais movimentadas – encontram-se no hemisfério norte. Além disso, as características da balança comercial brasileira, que envolve mais exportação de commodities do que de produtos manufaturados, desequilibram ainda mais as contas. “No caso das commodities, os navios ainda podem atracar e encher, sem a necessidade dos contêineres. Já com os produtos manufaturados, só vale a pena a embarcação vir até aqui se tiver volume de produção suficiente que remunere a viagem de ida e volta do navio. Caso contrário, a operação torna-se inviável”, afirma o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.