Ao participar de seminário na Fiesp sobre o acesso das empresas industriais ao mercado de capitais, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, ressaltou que o custo do capital subiu no mundo todo em função da pandemia, o que exigiu do poder público dos mais diferentes países uma intervenção econômica e medidas assistencialistas que aumentaram no mundo inteiro o custo do capital. Ele prevê, no entanto, que o início do ciclo de cortes nas taxas de juros criará muitas oportunidades. “Existe um ciclo de crescimento econômico por vir e o mercado de capitais se organizou para esse momento de muito crescimento, com a indústria brasileira sendo financiada durante muitos anos com suporte no mercado de capitais”, destacou.
O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, observou que a regressão observada na indústria de transformação nas últimas quatro décadas não foi fruto de perda de entusiasmo, inteligência ou empreendedorismo dos empresários industriais brasileiros, mas, sobretudo, de condições absolutamente inóspitas para o desenvolvimento industrial. Segundo ele, os juros reais da economia brasileira dos últimos 30 anos e a enorme carga tributária contribuíram para que a indústria de transformação perdesse dinamismo e produtividade.
Para o presidente do Conselho Superior de Inovação e Competitividade (Conic) da Fiesp, Pedro Wongtschowski, o mercado de capitais tem grande relevância para o financiamento da indústria, que demanda recursos para crescer e se modernizar. “Ela precisa se descarbonizar, se digitalizar e aumentar a produtividade. E os recursos virão do mercado financeiro”, afirmou. A íntegra do seminário, realizado no dia 16 de agosto e que também debateu os desafios e soluções do mercado de capitais para pequenas e médias empresas industriais, está disponível no canal da Fiesp no YouTube.