A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a taxa básica de juros (Selic) para 13,75% ao ano. Com a última elevação, de 0,50 ponto porcentual, implementada no dia 3 de agosto, a taxa de juros real, tendo como base a expectativa de inflação para os próximos 12 meses, chegou a 7,8% ao ano, um patamar muito elevado, segundo a CNI.
Na avaliação da entidade, as desonerações recentes sobre energia elétrica, combustíveis, telecomunicação e transporte coletivo estão reforçando o movimento de desaceleração da inflação. Para julho e agosto, inclusive, a expectativa é de deflação. A CNI afirma que a elevação da taxa de juros trará custos adicionais desnecessários para a atividade econômica, com reflexos negativos sobre consumo, produção e emprego.
A alta das taxas de juros, a falta ou alto custo das matérias-primas e a elevada carga tributária foram apontadas como os principais problemas enfrentados pelo empresariado brasileiro na sondagem industrial realizada pela CNI no início de julho. O levantamento tem como base as respostas de 1.853 empresas, das quais 730 são de pequeno porte, 660 de médio porte e 463 de grande porte.