A utilização do gás natural como indutor da reindustrialização do País deve ser feita tendo como bases os princípios de sustentabilidade e da transformação digital. Essa foi uma das observações dos participantes do seminário realizado pela Fiesp, no dia 17 de abril, para debater estratégias de ampliação da oferta de gás natural ao mercado. Para os especialistas no tema, a “neoindustrialização” ou “industrialização verde” deve aproveitar o potencial do gás como instrumento para a redução de gases de efeito estufa. Segundo eles, a substituição da matriz energética deverá ajudar todos os setores da indústria.
O diálogo entre governo e iniciativa privada devido à importância do insumo no processo de transição energética e em termos geopolíticos, o que inclui a globalização da economia e os reflexos da guerra russo-ucraniana com a dependência da Europa do gás russo, foi destacada no encontro. Há a necessidade, segundo os participantes, de se dar atenção ao fortalecimento da infraestrutura já existente, com um olhar sobre toda a cadeia, somando produção, escoamento e sistemas de transporte e distribuição para garantir equilíbrio entre oferta e demanda. Outro ponto é tornar o mercado brasileiro atrativo, com regras claras para que possam ser tomadas decisões de investimentos.
Considerados todos os projetos mapeados e identificados, a estimativa para os próximos dez anos é de que a oferta cresça de aproximadamente 40 milhões de m3/dia para algo em torno de 90 milhões de m3/dia. Com o aumento da oferta, o preço do gás natural poderá ser mais competitivo, o que é muito importante para o fortalecimento do mercado e expansão industrial.