O Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq) avalia que, em virtude do alto volume de água nos reservatórios do País para a geração de energia elétrica, bem como a crescente oferta de energia por usinas eólicas e solares, principalmente no Nordeste, haverá espaço nos próximos anos para a elevação da oferta de gás natural à indústria por não ser necessário o acionamento de termoelétricas. O tema foi debatido em reunião do Cesiq no dia 21 de junho.
Para que o maior aproveitamento do gás natural como matéria-prima ocorra, o que estimularia a tão almejada reindustrialização do País, será necessário equacionar a disponibilidade e promover uma mudança na política de preços do insumo. Atualmente, os preços do gás natural praticados no País giram em torno de US$ 16 por milhão de BTUs, muito acima dos valores cobrados em outros países, como os Estados Unidos, o que retira competitividade da indústria brasileira. O Cesiq calcula que o gás natural deveria ser comercializado no País por algo em torno de US$ 7, no máximo. A manutenção dos atuais preços do gás natural, segundo o Cesiq, tem levado empresas a paralisar linhas de produção.
A expectativa do Cesiq é a de que o novo plano estratégico em elaboração pela Petrobras leve em consideração a importância da ampliação da oferta para a indústria e de adoção de uma nova política de preços para o gás natural, o que estimularia, por exemplo, a produção nacional de fertilizantes, como a ureia, e do biodiesel, entre outros produtos.