A indústria química do Rio Grande do Sul, que ainda enfrenta as consequências da tragédia das enchentes em 2024, permanece em negociações com os 14 sindicatos que representam os trabalhadores do setor químico no Estado. Há preocupação com o impacto, principalmente em relação às pequenas e médias empresas, das reivindicações apresentadas pelos sindicatos, entre elas aumento do vale-alimentação e redução da jornada de trabalho.
O Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq), em reunião realizada no dia 13 de novembro, também debateu os efeitos do aumento das alíquotas de importação de produtos químicos e impactos nas cadeias produtivas. Em outubro, foram incluídos na lista transitória da Tarifa Externa Comum (TEC) 30 produtos químicos, que passaram para uma alíquota de 20% pelo período de 12 meses. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) avaliava a inclusão nessa lista de outros 32 produtos, mas apenas a elevação da alíquota de estireno foi aprovada.
Na avaliação do Cesiq, a medida começará a trazer resultados em dois ou três meses, abrindo algum espaço para a retomada da produção nacional. O Conselho defende o estabelecimento de um plano estratégico de Estado para a indústria química, que é um setor essencial para o desenvolvimento econômico e social. A questão da competitividade, segundo o Cesiq, precisa ser equacionada por meio de soluções para preços e oferta do gás natural e matérias-primas, preço da energia e questão tributária, o que possibilitaria o aumento de investimentos e recuperação dos níveis de produção, beneficiando todas as cadeias produtivas.
Hoje, por exemplo, o Brasil tem unidades produtivas paralisadas e se tornou um importador líquido de ureia. Até o ARLA, ureia especial usada em catalisadores automotivos usado em veículos a diesel para reduzir a emissão de poluentes, deixou de ser fabricado no País. Há outras fábricas de fertilizantes, que são essenciais para a agricultura, paralisadas por não conseguirem concorrer com os preços praticados por exportadores, principalmente do Oriente.