Como estudantes brasileiros construíram os primeiros veículos Fórmula e Baja do mundo movidos a hidrogênio para as competições do SAE Brasil

Neste ano, a SAE convocou os estudantes do Brasil para um projeto inovador e inédito em todo o mundo: o desenvolvimento de veículos elétricos (Baja ou Fórmula) movidos a célula de hidrogênio (cedidas pela canadense Ballard Power Systems). Oito universidades do país toparam o desafio e montaram os primeiros carros elétricos movidos a hidrogênio da história da competição.

A competição ocorreu no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA-SP), de 13 a 14 de agosto. Em pistas separadas, os veículos elétricos movidos a hidrogênio participaram da prova SAE BRASIL & Ballard Student H2 Challenge, enquanto os tradicionais modelos a combustão correram na 18ª Competição Fórmula SAE BR ASIL – TotalEnergies.

Patrocinadora das equipes Fórmula e Baja da Unicamp, a fabricante de especialidades químicas Quimatic Tapmatic apresentou em seu quadro no youtube “Quimatic Visita” detalhes de como os carros foram construídos na universidade paulista para a competição 2022 e como os estudantes avaliam a experiência. Os vídeos podem ser conferidos nos links abaixo:

Vídeo: Construção de veículo Fórmula a combustão na Unicamp
https://www.youtube.com/watch?v=SM_i4dGzy_s&ab_channel=QUIMATICTAPMATIC

Vídeo: 1º Veículo Baja movido a hidrogênio no mundo foi construído na Unicamp
https://www.youtube.com/watch?v=ayPT6JTxMr0&t=s&ab_channel=QUIMATICTAPMATIC

Vale lembrar que o hidrogênio vem ganhando cada vez mais projeção na indústria automotiva, como uma alternativa de combustível que não gera poluentes e que pode garantir maior autonomia que a de veículos elétricos, por exemplo. Diversas montadoras já começaram a lançar modelos com a tecnologia e a expectativa é que o uso do combustível limpo só cresça nos próximos anos, chegando até ao abastecimento de veículos maiores, como caminhões, navios e aviões.

Mais preparo para o mercado de trabalho
Reconhecido mundialmente, o projeto SAE permite aos universitários aplicar na prática, durante a construção dos veículos, os conhecimentos adquiridos em sala de aula e ir muito além. Com os desafios impostos pelos projetos, a iniciativa fortalece o preparo dos estudantes para o mercado de trabalho. Na Unicamp, os projetos Fórmula e Baja contam com a participação de cerca de 50 estudantes em cada uma das equipes. 

Na execução dos projetos, sejam eles Fórmula ou Baja, os estudantes de engenharia das universidades – sempre supervisionadas por um professor – se organizam em departamentos (como se, de fato, estivessem em uma empresa), buscam patrocinadores para viabilizar seu veículo – seja ele a combustão ou elétrico movido a hidrogênio –  fazem todos os testes em uma oficina montada por eles mesmos na universidade e, por fim, pilotam as máquinas. 

Enquanto os carros Fórmula devem focar no desempenho durante todo o circuito, ou seja, velocidade nas arrancadas, estabilidade nas curvas e um projeto resistente que chegue ao final da corrida sem vazamento ou perda de peças, os veículos baja off road precisam vencer terrenos acidentados e contar com ótima resistência para evitar danos.

Neste ano, a inclusão de veículos elétricos movidos a hidrogênio trouxe um desafio extra para os estudantes: descobrir como incorporar a nova tecnologia aos motores, mantendo um alto desempenho para competir com os carros a combustão.

Durante as competições da SAE, as universidades têm seus projetos Fórmula e SAE avaliados em etapas, como apresentação de negócios e avaliação do projeto, e os protótipos só participam da corrida se forem aprovados em verificações de segurança. Já avaliações práticas – que somadas levam à nota final do veículo na competição – envolvem provas como aceleração, aderência lateral (skid pad), autocross e enduro.

Apoio de patrocinadores
As empresas patrocinadoras têm uma grande importância para que os projetos saiam do papel. Além do apoio financeiro, muitas colaboram fornecendo conhecimento técnico, serviços e produtos para uso na construção dos veículos.

A Quimatic Tapmatic, por exemplo, já apoia os estudantes da Unicamp há alguns anos. Os produtos da empresa ajudam na montagem dos veículos e também nas manutenções antes, durante e após as provas. Um dos destaques neste ano foi o uso da Fita Isolante Líquida Quimatic para garantir maior qualidade no isolamento de componentes elétricos que fazem parte do sistema a hidrogênio.

Após o fim das competições de 2022, os universitários têm pouco tempo para saborear suas conquistas. Afinal, já é hora de começar a pensar no projeto de 2023, avaliar o que deu certo, o que deu errado, quais peças sofreram mais desgaste ou quebraram, e o que pode ser melhorado no próximo projeto.

Na mudança de ciclo, novos integrantes – geralmente calouros – ingressam nas equipes, enquanto estudantes com mais tempo podem sair para focar em outros desafios. Mas a experiência de ter feito parte de um time que construiu um carro do zero certamente sempre vai ter espaço na memória.