Dados divulgados pela Abiquim mostram que o deficit do País em produtos químicos continua a crescer. De janeiro a setembro deste ano, o déficit da balança comercial brasileira de produtos químicos atingiu US$ 36,2 bilhões, o que representa crescimento de 1,0% na comparação com os US$ 35,8 bilhões do mesmo período de 2023. As importações desses produtos somaram US$ 47,1 bilhões e as exportações chegaram a US$ 10,9 bilhões até setembro.
O volume de compras cresceu 12,7%, alcançando 47,3 milhões de toneladas. Houve significativos aumentos nas quantidades importadas de resinas termoplásticas (mais 38%), resinas termofixas (mais 29,1%), intermediários para fibras sintéticas (mais 39,9%) e outros produtos químicos orgânicos (mais17,9%). Os preços médios das importações tiveram forte queda, de 10,5%, na comparação, até setembro, com o mesmo período de 2023. Na análise da Abiquim, essa queda nos preços tem alavancado importações predatórias originárias sobretudo de países asiáticos com competitividade sustentada em matérias-primas russas adquiridas com preços beneficiados em razão da guerra no leste europeu. A elevação temporária, por 12 meses, das tarifas de importação de 30 produtos químicos, implementada pela Cãmara de Comércio Exterior (Camex) em 18 de setembro, traz algum alento para o setor. Outros 32 produtos químicos para os quais também foi solicitado o aumento temporário de tarifas permanecem em análise. O presidente do Sinproquim, Nelson Pereira dos Reis, espera que a medida decidida pela Camex possibilite a recuperação dos níveis de produção das plantas instaladas no Brasil, o que terá efeitos positivos em toda a cadeia.