Brasil pode aproveitar regulamentação do mercado de carbono para se reindustrializar

A elaboração de planos setoriais de mitigação, estabelecidos pelo Decreto nº 11.075, e a instituição do Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Sinare) com o objetivo de criar um mercado regulado de carbono, foram temas de debate promovido pela Fiesp com especialistas e representantes dos ministérios do Meio Ambiente e da Economia. Na ocasião, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, afirmou que a regulamentação do mercado de carbono é uma oportunidade única para o Brasil se reindustrializar. Segundo ele, com esta abertura para as mudanças energéticas e a nova Economia Verde, o país pode se destacar com os biocombustíveis, a biomassa, o etanol, principalmente o de 2ª geração, o biodiesel e outros biocombustíveis, a geração solar e a geração eólica.

“O Brasil perdeu oportunidades para se reindustrializar e agora não podemos deixar essa passar, aproveitando este tema que está em debate no mundo. Além do mais, temos a obrigação com as próximas gerações de cuidarmos do nosso planeta. Então, podemos unir benefícios econômicos, um potencial de reindustrialização, e um crescimento da nossa economia com uma obrigação moral e ética”, afirmou Josué Gomes da Silva.

De acordo com relatório publicado este ano pelo Banco Mundial, há 68 iniciativas de precificação de carbono implementadas no mundo, sendo 36 por meio de taxa de carbono e 32 sistemas de comércio de emissões. O Brasil está em processo de implantação dessa iniciativa. O decreto que estabeleceu o Sinare cria instrumentos para a criação desse mercado legalmente regulado. O secretário-adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Donini Freire, que participou do debate, informou que o Sinare está em processo avançado de desenvolvimento e a expectativa é que esteja operacional até o final do ano.