Cesiq questiona a razão de o preço do gás natural no País não acompanhar a paridade internacional

O Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química (Cesiq) debateu as razões que levam o Brasil a não acompanhar a paridade internacional de preços para o gás natural, assim como ocorre com a gasolina e o diesel. Atualmente, o preço do gás natural no País chega a US$ 15 por milhão de BTUs, valor muito superior aos US$ 4 praticado nos Estados Unidos. Para o Cesiq, esse preço impede o desenvolvimento de um setor industrial saudável e competitivo. O gás natural é essencial, por exemplo, para a produção de metanol, matéria-prima utilizada na produção de biodiesel, entre outros produtos, como adesivos, solventes e revestimentos. Hoje, o País é importador líquido de metanol.

Na opinião do Conselho, o gás natural, por sua importância para a economia, deveria figurar com destaque em uma política estratégica de Estado para a reindustrialização, com o maior volume sendo direcionado ao setor industrial, e não para a geração de energia elétrica ou reinjeção em poços de petróleo. Segundo o Cesiq, é difícil entender porque o gás natural é queimado, enquanto crescem as importações brasileiras de fertilizantes e de outros produtos químicos. Os conselheiros observaram que há mais de dez anos, em grande parte pelos preços do gás natural praticados no mercado interno, não há a implantação de uma nova indústria química no Brasil, 

Na reunião, realizada no dia 23 de março, também foram debatidos outros temas, como a importância da reforma tributária para toda a economia, os avanços em sustentabilidade, com destaque para o Manual de Diretrizes Sustentáveis para Prevenção de Resíduos Químicos, lançado em janeiro pelo Sinproquim, e a iniciativa da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) de analisar a criação de normas técnicas para a revalidação e reteste de produtos químicos de uso industrial.

O Conselho das Entidades Sindicais da Indústria Química é constituído pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais, Petroquímicas e Resinas Sintéticas de Camaçari, Candeias e Dias D’Ávila (Sinpeq), Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para Fins Industriais do Estado do Rio de Janeiro (Siquirj), Sindicato das Indústrias Químicas no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiquim) e Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica do Estado de São Paulo (Sinproquim). Em conjunto, essas entidades representam cerca de 70% da indústria química brasileira.