Apesar de todos os alertas da comunidade científica sobre as mudanças climáticas, houve nos últimos anos o aumento da emissão de gases de efeito estufa e elevação da temperatura mundial, o que tem provocado eventos extremos em todo o planeta, como o que está ocorrendo no Rio Grande do Sul. Para discutir ações previstas no Plano de Transformação Ecológica, proposto pelo Executivo, a Fiesp promoveu um debate com autoridades do governo federal em reunião conjunta dos Conselhos Superiores de Inovação e Competitividade (CONIC) e de Desenvolvimento Sustentável (Condes) da entidade.
Organizado em seis eixos, o Plano de Transformação Ecológica visa o desenvolvimento inclusivo e sustentável para que o País lide da melhor forma com a crise climática, criando condições para aumentar a produtividade da economia brasileira, reduzir as emissões e buscar um modelo de diminuição das desigualdades sociais. O secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg, destacou que eventos extremos serão cada vez mais frequentes e exigirão sérios esforços de mitigação e adaptação, incluindo um novo modo de produção industrial. “Repensar o modo de produção é um assunto indispensável e urgente. Para isso, faz-se necessário atuar para mitigar as emissões e se adaptar às mudanças em curso”, afirmou.
O secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Ramalho Dubeux, ressaltou que país deve aproveitar o potencial existente e ampliar o uso das energias renováveis, responsáveis por 93% da produção de energia elétrica do Brasil, incluindo usinas elétricas, parques eólicos, fazendas solares e usinas a biomassa. “Vivemos um momento em que o investimento em energia eólica e solar supera o realizado em óleo e gás, que é um momento de virada”, observou. Um dos desafios a ser vencido, segundo ele, é integrar a produção científica brasileira ao setor produtivo. O descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), a fim de que o país possa investir mais em pesquisa, a regulamentação do mercado de carbono, que está com o Senado, e o combate ao desmatamento foram outros pontos ressaltados por Dubeux. Também participaram do evento o diretor do Departamento de Políticas de Mitigação, Adaptação e Instrumentos de Implementação da Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Aloisio Melo; a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoumo; o presidente do CONIC, Pedro Wongtschowski; e o vice-presidente do Condes e presidente do Sinproquim, Nelson Pereira dos Reis.